Se o demônio mudo que cala diante da injustiça é o diabo, por que Deus permanece em silêncio diante das injustiças?

Detalhes da Pergunta


– O Profeta disse que “quem cala diante da injustiça é um demônio mudo, participando e sendo cúmplice da injustiça”. Mas algumas injustiças são cometidas em momentos em que nenhum ser humano pode ver, ou seja, apenas quando Deus pode ver. Então, Deus ficou em silêncio e não interveio contra essa injustiça?

– Deus é injusto nessa situação?

– Se Ele intervinisse; se tais milagres acontecessem, se os corações das pessoas se abrissem, se o número de crentes aumentasse ainda mais, se fôssemos felizes neste mundo e felizes no outro, seria ruim?

– Por que Deus não quisesse isso, seria contra os seus interesses?

Resposta

Caro irmão,


Deus concedeu ao homem a liberdade de agir com livre arbítrio; o homem deseja, Deus cria.

Por exemplo, se o fogo não queimasse um crente, mas queimasse um descrente, se rosas caíssem sobre a cabeça de quem reza e pedras sobre a cabeça de quem não reza, então todos se tornariam muçulmanos e não haveria diferença entre Abu Bakr (ra) e Abu Jahl.

Portanto, o fato de as pessoas não serem punidas por suas transgressões neste mundo é uma necessidade para que sejam provadas. A prova terminará com a morte, e a primeira interrogação na sepultura, a grande contabilidade no Dia do Juízo Final e na balança, fará com que cada um sofra o destino que merece.

Algumas tribos rebeldes e tirânicas foram destruídas por terem perseguido os profetas ou por terem se entregue à depravação.

se sofreram as consequências de seus atos neste mundo

da regra fundamental

“as punições são adiadas para o túmulo e a vida após a morte”

é a sua realização.

Essas punições no mundo são avisos divinos para que outras pessoas aprendam com os erros dos outros.

O Alcorão apresenta as calamidades que atingiram os povos rebeldes, e os crentes são advertidos a evitar as atitudes que levaram a essas manifestações de castigo divino. Algumas dessas punições divinas foram causadas pela imoralidade, outras pela perseguição aos profetas, outras ainda pela fraude em medidas e pesos… Este método é uma forma muito eficaz de advertência.

As almas podem não estar dispostas a aceitar que as calamidades que atingiram as nações antigas foram um castigo divino. Porque, nesse caso, elas teriam que reconhecer seus próprios pecados e entender que seu destino seria o castigo do inferno.

Nessa situação, arrepender-se é muito difícil para a alma. A maneira mais fácil é acreditar que a calamidade é um evento natural ou causada por outra razão e optar por não pensar mais sobre o assunto.

Se não houvesse provações neste mundo, como você deseja, todos…

-de acordo com sua própria opinião-

Se todos fossem bons e felizes, se o paraíso na terra e no além-mundo fossem uma realidade para todos, então seria necessário colocar no mesmo nível um exemplo de ignorância como você, que não hesita em usar as expressões mais irreverentes contra Deus, e o exemplo de justiça que foi o Profeta Omar, e o exemplo de sabedoria, conhecimento e piedade que foi o Profeta Ali. Isso seria uma injustiça maior ainda.

O Alcorão contém muitas passagens que afirmam que a provação (imtihan) é feita para separar, distinguir e revelar os bons dos maus. Para exemplificar, é útil apresentar a tradução de alguns versículos:


“Se você visse aqueles criminosos: com as cabeças baixas de vergonha diante de seu Senhor, dizendo:

‘Vimos, ouvimos, ó nosso Senhor! Que possamos ser enviados de volta ao mundo! Faremos coisas tão boas e aceitáveis! Porque agora conhecemos a verdade com certeza!’



“Se quisessemos, teríamos guiado e encaminhado toda a humanidade. Mas…”

“Preencher-ei o inferno com demónios e com alguns dos homens.”

a sentença é definitiva.”


(As-Sajdah, 32/12-13)

O significado deste versículo é: Algumas pessoas merecem o inferno, não o paraíso. Como podemos pedir a Deus que recompense assassinos que merecem o inferno por suas injustiças, e que não merecem o paraíso?


“Como poderia um crente ser igual a um pecador? Eles nunca poderiam ser iguais.”


(As-Sajdah, 32/18)

Este ponto é enfatizado no versículo que diz:

Qual pessoa com bom senso e consciência desejaria que aqueles que sempre ajudam e fazem o bem fossem recompensados da mesma forma que assassinos e criminosos? Ou existe alguém que desejaria que um aluno que se destacou entre milhares de candidatos a um exame universitário por seu trabalho, inteligência e talento, recebesse a mesma nota que um aluno preguiçoso, retardado, sem bom senso e que só sabe beber?


“Os habitantes do inferno e os habitantes do paraíso certamente não são iguais. Os que alcançam a salvação e o sucesso são os habitantes do paraíso.”

O versículo também indica que o tratamento é feito de acordo com o sucesso.


“Será que os que sabem e os que não sabem são iguais? Só os que têm bom senso, os que são sensatos, refletem e tiram lição.”


(Zümer, 39/9)

O versículo em questão indica que é errado colocar aqueles que sabem e aqueles que não sabem no mesmo nível.


“Allah, entre vós, com aqueles que lutam na causa de Deus,



(com aqueles que se esforçam por fazer o bem, seja material ou espiritualmente)

Acha que vocês entrarão no paraíso sem que a paciência daqueles que a possuem seja posta à prova?”


(Al-Imran, 3/142)

O versículo em questão aponta para a injustiça de colocar os trabalhadores e pacientes no mesmo nível que os preguiçosos e os miseráveis.


“O cego e o que vê não são iguais. Aquele que crê e pratica boas ações e aquele que sempre pratica o mal também não são iguais. Que pouco vocês refletem!”


(Al-Mu’min, 40/57)

No versículo em questão, aqueles que crêem e praticam o bem são descritos como pessoas que enxergam, enquanto aqueles que se dedicam à prática do mal são retratados como cegos.

Agora, por amor de Deus, você acha que alguém que vê a verdade é igual a um cego que não vê essa verdade?


Convidamos você à compaixão, à consciência, à autocomiseracão.


Com saudações e bênçãos…

O Islamismo em Perguntas e Respostas

Comentários


ergintahir

Deus não deixa que o direito do oprimido fique com o opressor. Seja neste mundo ou no outro… SEM DÚVIDA!

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yusuf_aga

Essa pergunta poderia ter sido feita de forma mais educada. A pergunta me causou constrangimento. Mas o professor respondeu muito bem. Se lida com justiça, verá-se que não há nada de incompreensível.

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